CAPÍTULO 5 METODOLOGIA

Um dos passos mais importantes para o pesquisador quando se propõe a realizar uma investigação é a escolha da metodologia. Independentemente da opção metodológica que adote, ela será sempre fundamentada em uma concepção filosófica ou paradigma que reflete sua visão acerca do mundo e do conhecimento.

Coutinho (2014, p. 23) define paradigma como o “sistema de pressupostos e valores que guiam a pesquisa, determinando as várias opções que o investigador terá de tomar no caminho que o conduzirá rumo às ‘respostas’ ao ‘problema/questão’ a investigar (ou seja, ao ‘conhecimento’)”, sendo, por isso mesmo, imprescindível explicitá-lo na investigação.

Creswell e Creswell (2018, p. 44), que também defendem a necessidade de identificar o paradigma na investigação, preferem usar o termo “worldview”. Os autores conceituam worldview como “a general philosophical orientation about the world and the nature of research that a researcher brings to a study”, constituindo essa crença individual de cada investigador o que o faz adotar, ou não, uma determinada abordagem. Um paradigma consiste, portanto, em um conjunto de postulados, crenças, valores e regras socializadas e aceitas por uma dada comunidade científica em um dado momento histórico, que serve de farol para o investigador na escolha da metodologia a ser utilizada em seu estudo.

Além do paradigma, Coutinho (2014) cita os termos “metodologia”, “método” e “técnica” como meios que norteiam o pesquisador na busca pelo conhecimento. Na visão da autora, os três conceitos apresentam níveis de generalidade crescente, como seguidamente se explica.

As técnicas (entrevista, observação, questionário, etc.) encontram-se em um primeiro nível. Quando agrupadas e gerais o suficiente para serem comuns a um número significativo de ciências, estas constituem um método, que compõe o segundo nível (estudo de caso, etnografia, autobiografia, sequencial explanatório etc.). Por fim, no nível mais geral, está a metodologia ou abordagem (quantitativa, qualitativa ou multimétodo) que, distanciada da prática, analisa e descreve os métodos, tecendo considerações teóricas sobre seu potencial na produção do conhecimento científico. Por conseguinte, metodologia denota algo bem mais amplo do que o método, já que questiona os fundamentos, as filosofias a ele subjacentes, as quais influenciam as opções do investigador (Coutinho, 2014).